Ainda danço tango
com teus ternos
guardados no
armário
Ainda faço amor
no mesmo ritmo
das lembranças
de tua língua
Ele não voltou para pegar suas roupas
e eu não joguei
nada fora: nem as gravatas,
nem a flor seca que ainda teima em espalhar
um
cheiro de despedida pelo quarto.
Deixei tudo lá, para me servir de choro e castigo,
para me
fazer rastejar, sozinha, de culpa e desejo.
Ai, a ausência que nada preenche:
Nem os dedos, nem a vontade que surge quando não peço,
nem esta pouca vergonha que me faz gemer seu nome
enquanto me arrasto pelo
chão.
Nem o tango que ouço enquanto umedeço.
Nem a saudade me revirando por dentro.
Nada preenche:
A fome.
...e a lembrança de suas mãos desenhando
em meu corpo
todos los pasos de amor.
Mariza lourenço
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