quarta-feira, 14 de outubro de 2015

CHAMADA PARA UM NOVO TEMPO

Chamem então, o céu e o inferno,
a vida e a morte.
Chamem também, portanto,
tudo que é real e tudo que é irreal.
Chamem o amor,
e não esqueçam o ódio,
porque também é preciso,
pois, apenas passa por momentos difíceis,
esta errando e precisa acordar.
Chamem a beleza, sem mais palavras,
e junto, a feiura, lado a lado,
sempre mal compreendida.
Chamem a lucidez, a sobriedade,
os sensatos e a sustentabilidade,
aproveitem chamem seus contrapontos,
a ignorância, o entorpecimento,
os insensatos e o desperdício,
todos esses que se sacrificam
para ajudar os indecisos a escolher
e compreender o que é viver
em seus melhores e piores momentos
de alegria e de tristeza.
Decididamente chamem tudo
que pode ser certo
e tudo que pode ser errado,
chamem assim…
também o que ainda é nada.
Chamem todos os cidadãos do mundo
e não esqueçam de chamar carinhosamente
os judeus, os negros, os índios, os anciões,
as mulheres, os desvalidos, os inúteis,
marginais, famintos, os excluídos…
podem chamar também os brancos,
os ricos, os belos e saudáveis
…que ainda sofrem
e todos que se empenharam
em ter coragem nas suas vidas miseráveis
Chamem-me e chame-se,
Que venha tudo
Que arde e vibra
Que é profano ou sagrado
Que é doente, que rasteja, que dilacera
Que é forte, audaz, destemido
Que não tem remédio, nem raiz
Que foi vencido, subjugado, ameaçado
Chamem Deus, ele também pode
Chamem a consciência perdida de si
Unimo-nos e vamos todos,
porque chegou enfim o tempo,
sem mais delongas e demora,
o começo de um novo tempo
onde deixaremos para trás
a navalha da separação e
a existência estúpida de um Eu.
E seremos todos Um em realidade

Marcos Tavares