segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

CATAVENTOS


Vem bagunçar minha vida,
borrar minhas agendas,
desarrumar minha história.
Tirar minhas camisas de força
rir de mim,
das besteiras que acredito,
das coisas que quero
arrumadas e tristes.

Vem me ensinar a dançar,
falar mandarim,
tirar uma tarde de mim
pra ver o sol se por,
deitar na grama,
fazer esquecer
meu riso sofredor
e anêmico.

Vem, às avessas,
na contra mão,
na escuridão da tempestade
retirar de mim,
o mofo do coração
a rigidez das palavras
que me acorrentam
à minha insensatez

Vem jogar coisas fora                                      
entulhos do passado,
sonhos soterrados
que ainda zelo.

Vem me tirar o chão,
fazer voar, me fazer de tonta
reinar em mim.
Destruir meu castelo
de faz de conta.

Vem ventilar
meus cataventos,
pintar meus olhos de arco íris
que eu prometo te deixar partir
quando eu descobrir
que não sou capaz
de te ver feliz
no mesmo tanto
que me verei
junto a ti.


Marcos tavares