quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

VITRINES DE DOMINGO



Moro entre coisas extremas
num quarto de pensão impossível.
Ontem cedo matei dois ratos.
Aí está minha metafísica.

Sou um poeta errado.
Consumi muito de minha vida
deitado na cama e me masturbando.
Escrevo só para fazer de conta que vivi.

Olho pela janela do quarto
as vitrines fechadas da cidade.
Amanhã estarão repleta de luzes,

mas hoje adormecem como se ninguém as visse.
E mostram-se taciturnas, absurdas,
essas vitrines de domingo que eu olho tanto.


Rogerio Skylab



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