Os porões do meu coração
guardam ainda alucinações.
Tenho medo de tocar as feridas
que ainda secam nas coisas
que já nem sei mais
por que guardei.
A lembrança guardou
nossos passos na escada,
emitem sons na casa quando dormem.
Os portões rangem
no resvalar do vento,
e a tristeza me faz lembrar o silencio
que ficaram nas coisas que se calaram
dentro de um relicário
cheio de pingentes quebrados
que pensei ter esquecido.
Sinto falta de ouvirmos a chuva,
vendo as gotas escorrerem na janela,
escolhendo peças no armário
vestindo velhas fantasias
rindo de coisas banais.
O som da minha dor vem destoar
as cicatrizes da casa vazia,
nas coisas que construímos juntos,
e o sussurro de uma lágrima que cai,
parece rasgar meus olhos endurecidos
por não saberem ainda perdoar.
Marcos tavares
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