Trago os lábios úmidos do leite
que não bebi, tenho
as mãos cheias das coisas que perdi
lavo o coração de todas
as emoções perdidas, deixo
a herança dos sonhos que não tive
e não soube suportar, visto
as roupas (coloridas) invisíveis e mancho
os olhos de visões — e não as tive
meu filho, agarra-as por tua vez, agarra-as
por minha vez e sucede
teus lábios na fonte escaldante.
Álvaro Pacheco.
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