Uma
vez que o indivíduo toma a forma para si como inteligencia
individualizada e não mais universal, esta forma iludida em estar
limitada começa a se expressar como se fosse um sujeito em busca de
objetos. Neste instante surge a ideia do eu e do outro, do eu e o
mundo, e neste sentido de separação aparece o buscador, uma
entidade fictícia em desamparo, tendo a sua frente um destino a ser
vivido, um território hostil que deverá ser conquistado e anseios
a serem suprimidos.
Neste
mundo onde tudo busca luz, crescimento e procriação a estória
dessa identidade ilusoriamente humanizada começa a ser contada pelas
circunstancias nela determinadas.
A
configuração humana herdada ao nascer é pensar ser aquilo que é
iluminado quando na verdade é a própria luz.
Tudo que é
sentido ou presenciado esta externo a nós. O seu corpo, seus
pensamentos, seus sentimentos, suas emoções ou qualquer estado
interior ou exterior observável é um objeto
manifestando-se nesta luz. Aquilo que somos em verdade abrange tanto
o dentro como o fora, tanto o bom quanto o mal, tanto o prazer como a
dor. Pensamos ser essa ovelha desgarrada, uma parte discriminada do
todo, que teme a morte e luta pra se preservar e defender uma ilusão
chamada “minha vida”, enquanto a verdadeira vida não possui um
dono nem é possuída por nada. O caminho para a libertação desse
engodo é deixar de viver como alguém que tem uma vida, pois você
nem ninguém a vive, nem a possui.
Somos
a própria vida livre e espontânea, presente em tudo que existe ou
possa existir, somos o verbo que abrange toda a ação manifesta, o
côncavo e o convexo de mãos dadas no infinito, o tudo e o nada não
separados, brincando eternamente consigo mesmo.
Marcos tavares
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