O que ficou nos olhos,
ficou também no vão
Ficou na penumbra
do nosso chão.
No limite do abismo,
na fala que eu já não tinha
Ficou espatifado
pelos cantos do coração
que ainda batia,
pelos poros, pelas sombras,
pela falta de razão
de existir ainda
algo de mim.
O que doeu no peito,
O que doeu no peito,
doeu também
nas portas das manhãs
(que ficaram frias),
entreabertas
pela decisão da vida,
de tirar você de mim,
de não saber
por onde recomeçar,
por você não ser mais
parte de mim.
Doeu o rude olhar de adeus,
que adiei assimilar,
tive medo de chorar
e me somar ao chão,
ser pedaços de algodão
misturado aos travesseiros.
Não pude,
me olhar sem ti
enfrentar o medo
de abrir a porta
e não ter ninguém.
e apenas ver
esse pedaço de mim,
que sobreviveu
Marcos tavares
gostei dos poemas lindo
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