Eu prefiro as putas
do que as mulheres que fodem sem verdade.
do que as casas que me abrigam sem calor.
Eu prefiro a fome
do que a mesa que só sacia minha avareza.
Eu prefiro a morte
do que a vida segregando-me em trincheiras.
Eu prefiro a traição
do que um olhar desprezível.
Eu prefiro mesas de botequins com marginais
do que jantares brindando a opulência.
Prefiro lanterna nas mãos pra me guiar passo
a passo,
do que os faróis das pessoas que impõem suas
receitas.
Eu prefiro os cortes de uma faca
do que a ferida de um amor que ainda sangra.
Eu prefiro as mãos que me asfixiam
do que as que me afagam com mentiras.
Mundo miserável...
Estou bem no meu jardim
com minhas ervas daninhas.
Não espero medalhas, enfeites,
porra nenhuma!
Deixem-me viver à minha maneira,
morrer se for preciso,
com os pergaminhos
guardados no coração.
Prefiro as punhetas das manhãs
do que as orações da noite.
Prefiro a cidade enfurecida,
que a calmaria da madrugada.
Não sei viver no silencio,
debruçado sobre mágoas.
Não quero ser mais um tolo
que olha o mundo e enxerga
um mundo que não existe,
mas sim, que apenas interpreta.
Quando eu olho o mundo
vejo uma dança cósmica e selvagem.
Moléculas e átomos desconexos,
bêbados a bailar.
Marcos tavares
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