Ando pelas ruas e não guardo
os caminhos de volta.
Os sonhos podem me levar
pra algum lugar qualquer,
mas não sei se voltaria.
Quem sabe! Talvez...
por uma paixão não vivida,
por um amigo que foi sem se despedir
ou uma palavra que faltou ser dita.
Quem sabe! Talvez...
por uma mágoa
que precisasse ser esquecida,
que nem mesmo sei
se me curaria.
Vejo as pessoas com suas alegorias
correndo por cidades e mundos.
Olhares rejeitando contato
que impedem que eu conheça
as suas armadilhas.
Eu queria um gole de aguardente,
sem saber se me bastaria,
eu preciso de uma fé que me cegue
que roube de mim os devaneios,
leve as incertezas.
Um café, um cigarro, um cheiro de multidão,
uma trégua alivia meu peito numa calmaria.
Vejo você em miragens, como uma canção,
que me mostra os caminhos que percorri.
Só por você, eu sei que voltaria.
Marcos tavares